Apresentação Sobre Pontes em Viga



 Estrutura de Uma Ponte.





         A Qualidade em Projetos de Pontes: 

´Segundo O’Connor (1976), a qualidade de uma ponte pode ser medida pelo êxito com que satisfaz os objetivos básicos implícitos em seu projeto, que são: (a) funcional, (b) estrutural, (c) econômico, (d) estético.
´Este trabalho faz relação principalmente com a suficiência estrutural de uma ponte, que não só deve manter a ponte em pé, mas também evitar que as características de funcionamento fujam de suas finalidades ou aumentem o custo de manutenção.

                            Pontes em Vigas:
´A ponte em viga é o tipo estrutural mais antigo, pois uma tora de árvore caída sobre um rio caracteriza uma ponte em viga em sua forma mais simples. Estruturalmente este tipo de ponte é basicamente uma estrutura rígida colocada sobre dois pilares, assim o tabuleiro é solicitado por tração nas fibras inferiores e, por compressão, nas superiores. Na concepção de um projeto de ponte em viga de concreto armado, deve-se definir o tipo de seção transversal adotada, os métodos construtivos e o carregamento (QUADROS, 2013).
´Umas das principais características de ponte em viga é que suas vinculações não transmitem momentos fletores da superestrutura para a infraestrutura.

                        Vinculações Típicas:

´Vigas simplesmente apoiadas sem balanços.
       Este tipo de viga pode ser usada com um tramo único ou com sucessão de tramos.

Vigas Simplesmente Apoiadas comBalanços:

´Este tipo de vinculação possibilita uma melhor distribuição de esforços solicitantes, uma vez que ao introduzir momentos negativos nos apoios haverá uma diminuição dos momentos positivos no meio do vão. Além dessa vantagem, o tipo estrutural em questão permite a eliminação do encontro, a qual é uma estrutura relativamente cara.
Vigas Contínuas:

´Este tipo de viga apenas pode ser utilizado quando o comprimento da ponte pode ser subdividido em vãos parciais. Quando não houver restrições de ordem urbanística, topográfica ou construtiva, deve-se utilizar vãos extremos cerca de 20% menores que os vãos internos de forma que os momentos fletoresmáximos sejam aproximadamente iguais, proporcionando uma melhora na distribuição das solicitações.


Vigas Gerber:

´Viga Geber pode ser considerada como derivada da viga contínua, em que são colocadas articulações de tal maneira a tornar o esquema isostático, e em decorrência disto, não receberá esforços adicionais devidos aos recalques diferenciais dos apoios.



                       Tipos de Vigas:

´A superestrutura de uma ponte pode ter sua seção de duas formas: seção aberta e a celular. A seção aberta mais conhecida como T ou I é composta por longarinas, transversinas e lajes, que agem em conjunto formando uma grelha. A seção celular (caixão) é composta por uma única grande peça que possui uma distribuição uniforme de cargas por toda sua seção.
´Segundo Mason (1977), a ponte em seção aberta pode apresentar a superestrutura em grelha, em que as vigas longitudinais e as transversais e o tabuleiro trabalham em conjunto.
      
                                  Viga T:

´A viga de seção transversal em “T” é uma forma de seção transversal muito utilizada. É constituída basicamente pela laje, vigas e transversinas. É possível observar uma seção transversal de uma ponte em viga “T” com base alargada.
´A ponte em viga bi apoiada possui no vão a parte superior solicitada por compressão e, a inferior, por tração.
                                        
                          
                          Viga Caixão:

´A viga em seção caixão é formada por uma única peça, na qual não é visível a divisão entre vigas e lajes. As partes constituintes, conformeLeonhardt (1979) são:
´Laje superior: forma a mesacolaborante das vigas, transmite e distribui a carga móvel às vigas;
´Viga: possui no mínimo duas almas, que são dimensionadas conjuntamente com a laje, de forma a vencer o vão, sustentar a estrutura e transmitir as cargas para a laje inferior;
´Laje inferior: permite a distribuição das cargas das vigas.


   Transversinas: 

´As transversinas são vigas transversais e em pontes com viga caixão, de acordo com Leonhardt(1979), só são utilizadas nos apoios, pois cada vez mais fica provado que esses elementos se tornam desnecessários para um maior enrijecimento e manutenção da forma transversal. Em pontes em seção aberta, as transversinas servem de apoio para as lajes e garantem rigidez à estrutura (PUCHER, 1961).
´As transversinas de entrada, também conhecidas como cortinas são projetadas para conter o aterro e servir de apoio para a laje. Caso esse elemento não fosse colocado, a viga seria solicitada em excesso nesse ponto. As transversinas de entrada geralmente acompanham toda a largura da ponte (PFEIL, 1983).
´As transversinas de apoio, segundo Leonhardt(1979), são necessárias para absorver os esforços produzidos pelo vento e como enrijecimento à torção das vigas principais. Para esta função a alma da transversina deve ser apoiada em toda a largura. Para as transversinas de apoio de seções caixão pode ser utilizada, na maioria dos casos uma chapa com base de 0,3 a 0,5 m.
´As transversinas de meio de vão são utilizadas com fins estruturais normalmente nas pontes em viga de seção aberta. SegundoLeonhardt (1979), são dispostas no meio do vão (l/2), de modo a obter uma melhor distribuição de cargas, pode-se também projetar duas transversinas a l/3 quando necessário. As transversinas de meio de vão são indicadas quando existe mais de duas vigas principais para realizar a transferência das cargas, obtendo assim uma grelha.


              Aparelhos de Apoio:

´Por definição, aparelho de apoio é o elemento situado entre a infraestrutura e a superestrutura, que tem como propósito transmitir as reações da superestrutura para a infraestrutura, e ainda permitir os movimentos previstos em projeto, criados pelos esforços,pro-tensão, variação de temperatura, retração do concreto, etc., que modificam as dimensões dos elementos (EL DEBS; TAKEYA, 2010).

  Aparelhos de Apoio de Neoprene:

´Os aparelhos de apoio metálicos e de concreto não são normalmente usados, pois sofrem com alguns problemas que impeçam, seja o custo, manutenção ou as propriedades dos materiais. Dessa maneira, buscando a otimização do dispositivo surgiram os aparelhos de apoio de elastômero (borracha sintética), mais conhecidos como neoprene. Para a formação do neoprene, inicialmente o elastômero se apresenta como uma massa fraca, muito plástica e sem propriedades mecânicas. Após o processo de vulcanização, o elastômero é transformado em um produto forte, resistente e com boas características elásticas (CORDEIRO, 2014). O apoio de neoprene consiste em um bloco elastomérico que pode apresentar diversas formas, circular vazado (oco), circular e retangular.




      Procedimentos Para o Dimensionamento de uma Ponte em Viga :

´Inicialmente, para a realização de um projeto e dimensionamento de pontes é realizada a concepção estrutural que engloba a definição do tipo de estrutura, materiais a serem utilizados e processo construtivo. Essas escolhas dependem de fatores econômicos e técnicos que poderão interferir diretamente ou indiretamente na execução da ponte. 
´Após a conclusão da concepção estrutural, adota-se um modelo que melhor represente o seu comportamento real, fazendo um pré-dimensionamento de todos os elementos, em que se faz necessária a verificação dos mesmos. Para essa verificação deve-se realizar o procedimento a seguir:

1ª: Analisar plantas e cortes;
2ª: Calcular carga permanente;
3ª: Calcular cargas móveis;
4ª: Calcular linhas de influência das forças cortantes;
5ª: Calcular linhas de influência dos momentos fletores;
6ª: Calcular impacto vertical;
7ª: Encontrar envoltórias das solicitações de serviço;
8ª: Calcular cargas acidentais ou adicionais (Ex: frenagem ou aceleração, variação da temperatura, vento, retração do concreto, forças sísmicas etc.);
9ª: Dimensionamento das armaduras longitudinais das vigas principais;
10ª: Dimensionamento das armaduras de cisalhamento das vigas principais;
11ª: Dimensionamento das transversinas;
12ª: Cálculo dos encontros, cortinas e lajes de aproximação;
13ª: Dimensionamento das lajes (tabelas de Rusch);
14ª: Calculo dos momentos nostubulões ou estacas devido à força horizontal;
15ª: Dimensionamento dos pilares, vigas de travamento e sapatas;
16ª: Apoio de elastômeros (neoprene).

      Exemplos de Pontes emViga:

´Ponte sobre o Rio Peixotinho I (MT)




´Ponte sobre o Rio Cuiabá (MT) 

´Ponte sobre o Rio Teles Pires (MT) 


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